A fotografia vai muito mais além do que apenas registrar um momento. Ela tem o poder de mudar histórias, desempenhando um papel social de muita relevância e influência. Afinal, a imagem traz representação, e a representação pode transformar uma vida.
É por isso que fotógrafos que buscam trabalhar com a inclusão de grupos sociais — que não são retratados do jeito que deveriam ser — atuam como aliados para promover e propagar a diversidade.
Por que a inclusão na fotografia é tão importante?
A fotografia como potencializadora para a representatividade atua como um instrumento para mostrar ao mundo imagens inspiradoras de pessoas que não têm tanto espaço na mídia.
E ainda vai além: mostra para essas pessoas que elas também merecem estar em frente às câmeras, sendo uma aliada do empoderamento.
Muitas vezes, pessoas com deficiência, pertencentes a grupos sociais como LGBTQIA+, ou em situações de vulnerabilidade social, sentem que não merecem ou não conseguem se enxergar sendo fotografadas e celebradas.
Por isso, exaltar a diversidade por meio das lentes de uma câmera é uma forma de eternizá-la e simbolizá-la, tanto para o mundo, quanto para quem foi fotografado. E, também, age como uma forma de combater preconceitos e discriminações.
Como incorporar mais inclusividade na fotografia
Você pode implementar algumas práticas nos seus ensaios, sessões de fotos, e até mesmo plataformas digitais, para deixar seu ambiente e seu atendimento mais inclusivo, como:
- Antes de receber qualquer cliente para o ensaio, perguntar se possuem alguma necessidade especial – desde possíveis alergias até deficiências que requerem mais cuidado;
- Ter em mente a acessibilidade na hora de escolher os locais de produção de imagens;
- Utilizar o recurso de descrições de imagem das redes sociais para deixar seu conteúdo mais acessível;
- Implementar recursos como álbum de fotos em braile e audiodescrição das imagens
Projetos de fotografia inclusiva
Existem vários projetos de fotografia focados na inclusão, com objetivo de empoderar e exaltar a diversidade e a diferença. Confira alguns:
Projeto Vivências Inclusivas
O Vivências Inclusivas foi idealizado por Juliana Peres, diagnosticada com atrofia cerebral e disritmia, e tem como objetivo utilizar a fotografia como uma forma de socializar grupos de pessoas com diferentes tipos de deficiências.
O projeto, seguindo o propósito de juntar a fotografia com a socialização, promove oficinas ensinando sobre a profissão para pessoas com deficiência física ou cognitiva, além de também oferecer saídas fotográficas para atividades como trilhas ao ar livre para terem contato com a natureza.
Projeto Borboletas
Idealizado pela fotógrafa Tamara Wagner, o Projeto Borboletas teve origem em um piquenique promovido pela profissional, que ficou conhecido como ‘Uma tarde especial no parque’.
A iniciativa visa a inclusão e a visibilidade de crianças com deficiência e suas famílias, e oferece uma sessão de fotos gratuita.
Projeto Estrelinha
Com uma proposta similar ao Borboletas, o Projeto Estrelinha foi criado em maio de 2014, pela fotógrafa Viviane Bachega.
Diante da falta de visibilidade de crianças com deficiência e, ao mesmo tempo, da falta de condições financeiras das famílias que arcam com custos mais prioritários como tratamentos, hospitais e terapias, a fotógrafa decidiu oferecer ensaios fotográficos de maneira gratuita para registrar o sorriso das crianças.
O projeto atua em diversas cidades do Brasil, contando com voluntários que realizam sessões completas gratuitamente.
Entender a importância de promover a inclusão social e de encontrar maneiras de tornar o seu negócio mais acessível para todos os grupos de pessoas é o primeiro passo para uma fotografia com mais representatividade.
Além disso, divulgar e apoiar projetos que focam em serviços fotográficos para pessoas com menos visibilidade na sociedade é uma ótima forma de ser um aliado à causas que merecem mais atenção, sob as lentes da fotografia.
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