Com a popularização de aplicativos como Facetune e Photoshop, o excesso de edição de fotos tornou-se um hábito comum na era digital. Muitas pessoas alteram drasticamente suas imagens, modificando seus rostos e corpos com camadas de ajustes e filtros que distorcem a realidade.
Essa prática ganhou ainda mais força com alguns influenciadores digitais que apresentam versões muito editadas de si mesmos. Isso faz com que usuários comuns acreditem que precisam aderir a padrões irreais para se sentirem aceitos e valorizados.
Para fotógrafos profissionais, o risco de exagerar na edição é ainda maior. Ao modificar excessivamente a aparência de um cliente, um fotógrafo pode ultrapassar uma linha delicada e prejudicar o seu negócio caso as escolhas de edição não tenham sido um pedido direto do cliente.
A seguir, entenda melhor os perigos da edição excessiva de imagens.
Por que não é recomendado editar demais a aparência dos clientes?
A pós-produção é uma etapa indispensável do fluxo de trabalho do fotógrafo. Uma boa edição pode elevar uma foto e entregar um resultado surpreendente ao cliente, harmonizando paletas de cores, transformando um cenário e incorporando efeitos que amarram conceitos e estéticas fotográficas.
Entretanto, existe um limite que não deve ser ultrapassado, que é quando o profissional modifica o rosto ou o corpo de quem foi fotografado, ou peca no excesso de filtros que acabam alterando a aparência
Alguns clientes podem pedir diretamente que o fotógrafo faça essas alterações. Nesses casos, essas escolhas de edição são justificadas para agradar o cliente e atender às suas solicitações.
O problema surge quando o cliente não está ciente dessas decisões de pós-produção. Dentro deste contexto, existem vários malefícios desta prática.
Insatisfação do cliente
Edições exageradas são perceptíveis, especialmente quando envolvem alterações corporais drásticas ou uso excessivo de filtros. Ajustes mal feitos podem deixar a imagem desfocada, com proporções distorcidas ou uma aparência excessivamente plastificada, prejudicando a naturalidade da foto.
Essa falta de sutileza não apenas prejudica a qualidade da imagem, mas compromete a experiência emocional do cliente ao se ver retratado de uma maneira tão diferente do esperado e da sua imagem verdadeira.
Isso pode gerar insatisfação por criar um retrato que não reflete a realidade ou a essência do cliente, deixando-o insatisfeito com o resultado final. A confiança no seu serviço é abalada, e a experiência que deveria ser positiva pode se tornar decepcionante.
Perda de credibilidade profissional
Imagens excessivamente retocadas podem gerar críticas, especialmente quando pensamos na visibilidade das redes sociais, onde feedbacks negativos têm grande alcance e podem impactar a imagem do profissional.
Quando o resultado final não corresponde à imagem verdadeira de quem foi fotografado, os clientes insatisfeitos podem expressar sua frustração publicamente, afastando potenciais interessados.
Além das críticas, essa prática pode levar clientes em potencial a optar por outros profissionais que priorizem edições mais equilibradas. Muitos clientes valorizam um trabalho que destaque a beleza natural, sem distorções que os façam parecer irreconhecíveis.
Se a sua reputação for associada a edições exageradas, as chances de fechar contratos podem diminuir, prejudicando as vendas e o crescimento na carreira.
Criar ou incentivar as inseguranças
Quando um cliente se depara com uma versão altamente editada de si mesmo, é inevitável que surjam alguns questionamentos:”Por que minha imagem foi tão alterada?”, “Será que minha aparência natural não é boa o suficiente?”…
Esse tipo de edição pode criar novas inseguranças ou intensificar aquelas que a pessoa já tinha, afetando diretamente sua autoestima e bem-estar emocional.
É papel do fotógrafo ser um facilitador da autoestima e da confiança do cliente, e não o contrário. Exagerar na edição sem o consentimento de quem foi fotografado, mesmo que com boas intenções, pode gerar um impacto emocional negativo que prejudica a experiência.
Questões éticas
Alterar corpos e rostos de clientes sem o consentimento explícito levanta sérias questões éticas. Essas modificações podem ultrapassar o limite da edição estética e se tornar uma violação da identidade do cliente, algo que pode ser considerado desrespeitoso.
É essencial que exista um diálogo claro com o cliente antes de realizar quaisquer alterações significativas, garantindo que todas as edições estejam alinhadas com as expectativas e os desejos da pessoa retratada.
É crucial atuar de maneira ética na fotografia, equilibrando técnicas de edição com a responsabilidade de preservar a integridade das imagens e respeitar a individualidade de cada cliente. Isso não apenas demonstra profissionalismo, mas também ajuda a promover uma visão mais positiva e realista da beleza.
A edição de imagens é uma ferramenta poderosa que, quando usada com equilíbrio, pode elevar significativamente o resultado final de uma fotografia. Ajustes de luz, cores e texturas podem destacar uma imagem sem comprometer a essência ou a identidade de quem está sendo retratado.
No entanto, é fundamental que o fotógrafo reconheça o impacto que alterações exageradas e não consentidas podem ter, tanto na experiência do cliente quanto na percepção do trabalho.
Ao respeitar a autenticidade das pessoas e adotar uma abordagem consciente na pós-produção, o fotógrafo não apenas entrega um trabalho de qualidade, mas também contribui para construir uma relação de confiança com seus clientes, promovendo uma representação mais saudável da beleza na sociedade.
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